Convite: Defesa de Dissertação de Mestrado
A Defesa de mestrado de Camila Poffo ocorrerá na modalidade remota através do
link: meet.google.com/can-bckp-brp
Introdução: pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19) tornou-se uma grande questão de saúde pública. Sabe-se que a mesma pode ser assintomática ou manifestar diversos sintomas, como acometimentos no trato respiratório à sepse com risco de vida. As implicações após a recuperação e possíveis efeitos deletérios seguem em estudo, sendo a correlação entre perda auditiva e COVID19 um caminho a ser percorrido. Objetivo: Identificar as características audiológicas de adultos pós COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo transversal analítico, aprovado no Comitê de
Ética em Pesquisa sob o parecer número 4.971.807, realizado entre outubro de 2021 a outubro de 2022. Participaram do estudo 96 adultos com idade de 20 a 53 anos, que foram divididos em dois grupos: o grupo de estudo com 63 indivíduos que tiveram COVID-19 e o grupo Controle composto por 33 indivíduos que não tinham apresentado COVID-19 durante o período da coleta. A avaliação audiológica foi realizada por meio da audiometria tonal liminar (ATL), audiometria de altas frequências (AAF), medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOET) e por produto de distorção (EOEPD). Foram apresentados os dados descritivos da avaliação audiológica e foram realizados testes comparativos, de associação e correlação, os resultados foram considerados diferentes quando p < 0,05. Resultados: Os indivíduos que tiveram COVID-19 apresentaram, em sua maioria, queixa de zumbido e plenitude auricular. A maioria teve curva timpanométrica do tipo A e presença dos reflexos acústicos, ipsilateral e contralateral, bilateralmente. Não houve associação entre ter tido COVID-19 e ter ausência do reflexo acústico. Nenhum indivíduo apresentou perda auditiva no exame de ATL e ao comparar os limiares auditivos, eles foram estatisticamente maiores em todas as frequências avaliadas, exceto em 4000Hz para o grupo estudo. Na AAF, os limiares foram estatisticamente maiores para o grupo estudo apenas nas frequências de 11200 Hz e 12500 Hz. A amplitude de resposta no exame de EOET foi significativamente menor na banda de frequência de 1500-2500 Hz à direita e a amplitude de resposta de EOEPD foi significativamente maior na frequência de 8000 Hz da orelha direita para o grupo de estudo. Houve correlação negativa e significativa entre os limiares da ATL e EOET para as bandas de frequências de 500-1500 Hz e 1500- 2500 Hz à esquerda e entre os limiares da ATL e EOEPD para as bandas de frequências de 1000, 2000 e 4000 Hz à direita e de 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz à esquerda. Conclusão: As queixas auditivas mais frequentes foram zumbido e plenitude auricular, não foram detectadas alterações do sistema tímpano-ossicular. Apesar da acuidade auditiva estar dentro dos padrões de normalidade, em ambas as orelhas em indivíduos após a infecção por coronavírus, os valores foram aumentados significativamente no exame de ATL e quanto maior o limiar de via aérea da ATL, menor a amplitude de resposta da EOET e da EOEPD justificando a realização deste exame nos indivíduos infectados mesmo que de forma leve e na ausência de queixas em relação à capacidade de ouvir.